sábado, 1 de novembro de 2008

O que eu fiz?

Primeiro dia do mês, primeiro plantão e primeiro post.
Há poucos instantes aqui no posto, apareceram dois policiais militares trazendo um indivíduo que havia se envolvido em acidente dentro da cidade (Bairro de fátima, acho). Que o indivíduo estava cheio da cana, não precisaria de nenhum bafômetro para saber, dava para sentir o aroma com alguns metros de distância, ao vê-lo de cara imaginei que era mais um sério candidato a bater o recorde entre os testes que eu já fiz, que é de 1,37 gm/l.
Foi por pouco, esse estava com 1,32 gm/l (a tolerância é 0,1) e já que ele estava apenas 13 vezes acima da tolerância, se achou no direito de reclamar e protestar contra a sua autuação. O primeiro argumento é que nunca tinha sido multado, que era um bom motorista e etc. Ao perceber (tardiamente) que seus argumentos não comoveriam os PMs, partiu para a tática da vítima! O acidente teria sido uma fatalidade, um infortúnio cujo fato de ele ter bebido um "pouquinho" não teria influenciado em nada. Por fim, quando informado que seria levado a delegacia, partiu para o "Não sou ladrão, não matei ninguém, em vez de ficar 'perseguindo' cidadão de bem vocês deviam ir atrás de bandido."
Acho engraçada essa cultura brasileira, apesar de só no código penal prever mais de 200 crimes, as pessoas ainda acham que crime é só roubar e matar. Outra coisa é essa "regra da balança", essa mania de achar que as coisas que fazem de bom compensam as ruins, que como são 'bons cidadãos' têm o direito de cometer o que consideram como pequenos deslizes, que como o poder público tem suas falhas eles podem se atribuir o direito deixar de cumprir alguma regra. O problema que muitas pessoas descumprindo pequenas regras geram um grande problema. E o trânsito brasileiro é um grande problema.

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